quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Para que cheguemos em algum lugar, para que haja o lá, ou simplesmente... o que entendo de sentir-me livre.

Quando concluímos uma etapa importante sentimos um alívio, uma sensação de realização profunda. O caminho que escolhi para minha pesquisa de TCC, não foi fácil, mas representou muito mais do que uma pesquisa da graduação. Se abriu para mim, um caminho que desejo trilhar. Agora penso em raízes, mãos e labirintos... penso também em Carlota Ivanóvna, minha personagem no "Jardim das cerejeiras". Carlota tem asas no lugar de raízes, ou talvez suas raízes voem por aí. Nela, se fixa aquilo que se move, que não pode ser capturado, só se pode investigar. Ela é um mistério para mim, aos poucos eu a decifro e à medida que o faço, mais me aproximo e mais algo dela me escapa. É maravilhoso fazer teatro, é maravilhoso saber e não saber. No dia 15 de outubro nos apresentamos no presídio, foi um dia antes da pré-banca. No presídio jardinamos dentro de um pátio cercado, com pessoas fortemente armadas e amáveis, dentro de um sol escaldante, diante de lindas mulheres, que privadas da liberdade, riram e choraram conosco.
É lindo, foi lindo. Ao final, as belas mulheres falaram de suas impressões, nos revelaram algo de seu jardim e nos perfumaram com suas palavras. Senti a beleza de árvores derrubadas, senti que brotavam em mim. 

Liberdade é uma palavra traiçoeira, enganosa. Aquele dia, em um presídio, diante de belas mulheres, eu vi a liberdade, e ela me deu um tapa.

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