Labirinto Isso



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Postagem realizada em 06/12/13

Isso aconteceu ontem e também antes de ontem. Ainda estou mergulhada nas memórias, desejo em breve, partilhá-las por aqui. O que posso dizer por hora é que foi lindo e arriscado... eu tive medo, e me entreguei a ele. Enfim, aconteceu!
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                                                                                       Postagem 11/12/13

5 de dezembro... "A Brincadeira"


Meu primeiro contato com o autor Milan Kundera veio através do livro A Insustentável leveza do ser, eu não o li, apenas devorei. No início do processo de pesquisa do TCC, ainda pensando que ter me deslocado da pergunta Quem foi meu pai?  Para Quem foi minha mãe? Resultasse na resposta uma mulher, abrindo assim caminho até outras mulheres, tive o prazer de começar a ler A Brincadeira. Quanto a este Kundera revela:

"Um dia, em 1961, fui visitar alguns amigos na região mineira onde eu vivera em outros tempos. Eles contaram-me a história de uma jovem operária presa porque roubava flores para dar a seu amante. Sua imagem não me abandonou mais, e diante de meus olhos desenhou-se o destino de uma mulher para quem o amor e a carne eram mundos separados, para quem a sexualidade era o oposto do amor. Uma outra imagem surgiu como contraponto à da ladra de flores: um longo ato de amor que era, na realidade, apenas um soberbo ato de ódio. Assim nasceu a história do meu primeiro romance, terminado em dezembro de 1965 e intitulado A Brincadeira."

Comecei a ler o livro na minha casa em Porto Batista, logo no começo de agosto. Nesta época lia muitos textos diferentes acerca das mulheres, muitos destes escritos por homens. Cheguei a adiquirir o livro Mulheres do Charles Bukowski, ao qual confesso não tive tempo de ler ainda. Se houvesse a palavra mulher, mesmo sem saber o que era direito, eu lia. Acredito que quando estamos em busca de algo, e ainda não sabemos ao certo como nos aproximar deste, corremos para todos os lados, até que um dia, sentamo-nos para descansar e descobrimos que o algo estava ali, parado na sombra de nossos cílios, o tempo todo. Foi assim com minha Mulher, minha mãe. Me desviei dela em todas as direções, até perceber que todas as direções se voltavam a ela. Mas, voltemo-nos a Milan Kundera. Bem, uma vez tendo descoberto a direção Mãe de minha pesquisa no Labirinto, talvez mesmo antes disso, abandonei a leitura de A Brincadeira. O livro não estava nem na metade, era extremamente interessante, mas eu tinha que ler tanto, tantas outras coisas, que não havia tempo para me concentrar em sua poesia. E sabe, não fazê-lo seria um crime ainda maior do que fazê-lo pela metade. Sendo assim, segui meu rumo em minha pesquisa, que culminou com o que chamei de o centro do meu Labirinto, na apresentação e defesa do processo artístico da investigação de minha prática performática da memória, que ocorreu no dia 5 de dezembro, às "5" da tarde. 
Passado ISSO, voltei para Porto Batista e lá no antigo armário azul que pertencera minha vó, olhei para Kundera, que me olhou de volta e então pensei: é agora! Comecei a ler no domingo, voltei pra Montenegro na segunda, trazendo A Brincadeira junto. Voltei-me para as atividades que deveria fazer e na terça, finalmente brinquei de ler de novo. Fui até de madrugada, dia 11/12/13 e quando cheguei a última página, última linha, li em itálico.
Concluído em 5 de dezembro de 1965.

O livro foi lançado em 1967, mas foi no dia 5 de dezembro de 1965, que Kundera concluiu este primeiro romance. Me senti mais próxima do autor, que brincara comigo através de sua escrita no começo do labirinto e que ao final reticente desta pesquisa, revelou-me ter estado no centro do seu, num dia 5 de um dezembro qualquer. Desconfio que os centros de alguns labirintos, tem o mesmo dia para algumas pessoas e que, uma vez atingindo a conclusão de uma etapa e chegando ao centro no dia marcado, não importa se  em 2013 ou 1965 (visto que penso o tempo como espiral e não linear), nos ondulamos juntos e estabelecemos uma dança com aquele momento e tudo o que ele é, foi e será. ISSO aconteceu, porque em alguma medida, sem que eu desconfiasse de nada, Kundera se escondia nas coxias, numa doce brincadeira.

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